sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Teatro na Escola - Felizmente Há Luar!

Manuel, o homem do povo queixa-se dos reis do Rossio...
Vicente tenta convencer os populares de que os generais são todos iguais...
Os governadores procuram um " culpado" conveniente...
Agita-se a onda de"patriotismo" para defender os interesses instalados e manipular as emoções...
Para defender o seu homem, Matilde não hesita em se humilhar perante o marechal Beresford.
Admirável cena em que Matilde desmascara a hipocrisia do Principal Sousa, o representante da Igreja, que defende os tiranos e não cuida dos fracos e injustiçados.
Apoteose trágica de Matilde quando, no momento da morte do seu amado, grita
que aquela fogueira incendiará Portugal e iluminará os homens, levando-os a recusar a tirania e a defender a liberdade.


“Felizmente Há Luar!” de Luís de Sttau Monteiro na Escola Vergílio Ferreira.

No dia 27 Fevereiro, deslocou-se à nossa escola uma companhia de teatro , a Casa dos Afectos, com o objectivo de representar perante os alunos do 12º ano a peça “Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro.

Foi uma iniciativa excelente que, penso, promoveu uma aproximação da obra aos alunos.

O argumento é, como sabemos, baseado na tentativa frustrada de revolta liberal em 1817, supostamente encabeçada pelo General Gomes Freire de Andrade. “Felizmente Há Luar!” recria em dois actos a sequência de acontecimentos históricos que, em Outubro desse ano, levou à prisão e ao enforcamento de Gomes Freire pelo regime de Beresford, com o apoio da Igreja.

Quanto à peça, foi bastante fiel ao texto escrito por Sttau Monteiro, servindo plenamente o propósito de ser vista antes do estudo da obra. De destacar pela negativa apenas o facto de terem sido retirados da peça as personagens de “Sousa Falcão”, o inseparável amigo do General e de “Frei Diogo”.

A encenação estava obviamente limitada ao espaço, tendo toda a peça um carácter muito simplista, desde o vestuário, que nalguns casos se limitava a uma máscara preta na cara, ao cenário, composto por apenas duas cadeiras e uns poucos acessórios. No entanto, esta simplicidade permitiu um espectáculo mais acessível e “leve”.

Os cinco actores estiveram em bom plano, em especial a actriz que interpretou “Matilde”, que conseguiu maior projecção devido ao seu papel mais dramático e emotivo. Durante o seu monólogo, fez-se silêncio no auditório, tendo sido este o momento mais marcante de toda a peça.

Com o final da representação (“Felizmente - felizmente há luar!...”) vieram as entusiásticas palmas, que se prolongaram pela vénia final dos actores.

Em jeito de conclusão, ficam os parabéns por esta iniciativa que aproxima uma arte que, infelizmente, cada vez mais cai no esquecimento das novas gerações. Felizmente, nesta escola, há teatro!


João Marecos



Os nossos agradecimentos aos actores do grupo Casa dos Afectos:

  • Catarina Gouveia, fantástica no papel de Matilde, mas também no de Vicente e Morais Sarmento
  • Nuno Fradick, convincente no seu papel de Manuel e Principal Sousa
  • Sérgio Manuel, um D. Miguel inesperado
  • André Albuquerque, uma voz forte e uma postura marcial bem adequadas à personagem de Beresford
  • Liliana Costa, Rita a mulher do povo e o denunciante Andrade Corvo




terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A Opsis já saiu...

A Opsis número quatro já está à venda no CRE. Esta foi a imagem que o Cristóvão Bento construiu para a capa. Centra-se no projecto da nova escola que teremos dentro de ano e meio.
Podem ler também a entrevista com o vocalista dos Tara Perdida e acompanhar alguns acontecimentos que marcaram a vida da escola no primeiro período.