quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Professores no CERN


Professores portugueses na escola de Verão do CERN





O mundo das partículas estranhas

Hadrões, piões, mesões, muões, quarks e outras palavras estranhas fazem parte do vocabulário do mundo da Física de Partículas.

De 1 de a 5 de Setembro, estivemos, professores portugueses da área da Física e Química, de vários pontos do país, a participar numa Escola de Verão no CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire, Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear).

Esta iniciativa foi organizada pelo LIP (Laboratório de Investigação de Física de Partículas) e pelo CERN com a colaboração do Programa Ciência Viva.

Durante a nossa estadia no CERN, assistimos a palestras cujos prelectores foram cientistas portugueses que trabalham no CERN, visitámos experiências e aceleradores, sempre acompanhados por investigadores portugueses. Foi muito bom estar sempre a comunicar em português!

Tivemos oportunidade de construir uma Câmara de Nuvens, acompanhados por dois cientistas húngaros. Nesse momento, ocupámos o lugar de alunos e, em grupos, realizámos uma actividade prático-laboratorial.

É de recordar a aula com o doutor Álvaro Rujula, espanhol ,que deu uma aula diferente . Jamais assisti a uma aula cujo professor saltasse para cima de uma mesa para conseguir estar numa boa posição para toda a turma, incrível....

Com um programa tão vasto, ainda houve tempo para conhecer a cidade de Genebra, a partir da realização de um peddy-paper. Esse dia terminou com um jantar muito animado no restaurante do Hotel Edelweiss.

Tivemos, também, um encontro informal com os investigadores portugueses no decorrer de um barbecue, houve oportunidade para troca de ideias e assim descobrir mais sobre o que é ser português e estar integrado num tão vasto mundo como é o CERN.

A semana decorreu de uma forma pacífica, integrando todas as proposta de actividades e visitas.

Para mim, foi um boa experiência no seu todo e o que mais me marcou foi o entendimento que surgiu entre algumas pessoas, a visita ao local onde são criados os protões, a visita ao Centro de Cálculo do CERN e a visita ao CMS, um detector de partículas que faz parte do LHC (Large Hadron Collider) .Este último ,o colisionador de hadrões que entrou em funcionamento no dia 10 de Setembro, ainda é um bebé mas a comunidade científica tem grandes expectativas em relação a ele…

As três palavras que usei para definir esta Escola de Verão foram: motivador, útil e fabuloso. É necessário que estas iniciativas que contam com muito do voluntariado dos investigadores continuem a dar oportunidade aos professores portugueses e que, em cada ano, sejam seleccionados professores que tenham vontade de ir mais além, aprendendo de modo a estar bem preparados para as suas aulas.

Houve quem, zangado ou não, por não ter sido seleccionado, tivesse dito que estas iniciativas são só para os amigos. Talvez seja, quando após uma semana de convivência se formam laços de amizade, ficando o desejo expresso de, no futuro, continuar o trabalho iniciado, marcando encontros para reviver ou não o passado.

É muito importante que o processo de selecção seja o mais transparente possível, que todas as regras sejam conhecidas, pois só assim as dúvidas serão reduzidas e explicadas.

O doutor Mick Storr, representante do CERN que, em vários momentos, esteve connosco, disse que nós, os professores somos embaixadores do CERN, e como tal devemos:
-manter o interesse dos alunos na Ciência;
-
desenvolver a literacia científica;
-
motivar os alunos para o estudo da Ciência na Universidade.

Cada professor sabe o que tem feito, o trabalho que tem desenvolvido com os seus alunos.

A partir desta experiência temos mais motivos, conhecimentos e meios para ir mais além!

Que este ano lectivo seja repleto de boas experiências para todos que navegam no meio escolar!!!!


Angelina Fortes

professora de Física e Química A

Escola Secundária de Vergílio Ferreira