quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Um poema para a nossa biblioteca

Há ainda menos de um ano, foram inauguradas as novas instalações da nossa biblioteca. Este poema foi escrito, um pouco mais tarde, em atenção a esse acontecimento, como uma pequena "nota de rodapé poética" à nova "casa dos livros"...ora leiam...

Novo Lar

As sombras deslizam, delirantes
Da doida alegria da novidade;
Sussurros ocupam o espaço novo,
Transformando-o no seu lar;
As histórias comentam, expectantes
A nova Biblioteca.

Os raios de sol inclinam-se mais, lá fora;
Já não há leitores inoportunos, agora;
Ouve-se a porta a ser fechada
E a chave na fechadura.
Luzes apagadas.

Em poucos minutos as prateleiras
Ficam vazias e os livros, curiosos,
Saem, apressados, a explorar
O seu acolhedor novo lar.

Sossego não há até nascer o dia,
Altura em que o sol,
Com os seus raios madrugadores, os guia
De novo para o conforto do leito de madeira.

Acaba-se a dança da noite,
A chave é rodada e a azáfama começa.
Não há indícios da insone festa sob a lua.
Percorro os corredores entre estantes,
Há calma e paz de espírito.
É novo este sereno lar,
Mas não sinto, porém, a estranheza prevista;
Há por ali um estranha quietude a vogar,
Uma recordação da antiga casa,
Do encanto do que já se perdeu.

Tomás Vicente

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