Novo Lar
As
sombras deslizam, delirantes
Da
doida alegria da novidade;
Sussurros
ocupam o espaço novo,
Transformando-o
no seu lar;
As
histórias comentam, expectantes
A
nova Biblioteca.
Os
raios de sol inclinam-se mais, lá fora;
Já
não há leitores inoportunos, agora;
Ouve-se
a porta a ser fechada
E
a chave na fechadura.
Luzes
apagadas.
Em
poucos minutos as prateleiras
Ficam
vazias e os livros, curiosos,
Saem,
apressados, a explorar
O
seu acolhedor novo lar.
Sossego
não há até nascer o dia,
Altura
em que o sol,
Com
os seus raios madrugadores, os guia
De
novo para o conforto do leito de madeira.
Acaba-se
a dança da noite,
A
chave é rodada e a azáfama começa.
Não
há indícios da insone festa sob a lua.
Percorro
os corredores entre estantes,
Há
calma e paz de espírito.
É
novo este sereno lar,
Mas
não sinto, porém, a estranheza prevista;
Há
por ali um estranha quietude a vogar,
Uma
recordação da antiga casa,
Do
encanto do que já se perdeu.
Tomás Vicente
Tomás Vicente
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