Penso que algumas pessoas ainda têm grande orgulho na sua pátria, mas grande parte da população de Portugal não se comove tanto com estes valores. Hoje em dia, principalmente devido à globalização, deixou de se ser tão patriota, fiel às tradições portuguesas, passando-se a adoptar as culturas de outros países, principalmente os Estados Unidos da América. Esse tipo de comportamento vai desde os dias comemorativos como o Halloween (que nunca se comemorou em Portugal até há bem pouco tempo) ou o dia de São Valentim, entre outros, e também gestos que nunca foram nossos, como colocar a mão sobre o coração enquanto se canta o hino. Acho que esse é um ponto muito importante, pois onde as crianças aprendem a fazer esse gesto é principalmente nos jogos de futebol, onde os jogadores, contrariamente à posição de sentido, que demonstra o respeito pela bandeira e hino portugueses, põem a mão sobre o coração, uma tradição claramente americana.
Mas para além dos pontos que já referi, existem muitos outros. Creio que cada vez é menor o orgulho dos portugueses na História de Portugal, esquecendo-se dos grandes heróis que nasceram neste país, que conquistaram o mundo e domaram os oceanos; desprezando os produtos portugueses, procuraram satisfazer as suas necessidades, tanto culturais como alimentares,no estrangeiro, sabendo nós que temos tantos artistas excepcionais e tantos produtores e agricultores de qualidade.
Concluo exprimindo o meu desgosto pelas atitudes tomadas pelo povo português, que não tem orgulho nem respeito pela sua pátria e toma como sua a cultura de outros países, que não têm a importância histórica que Portugal tem.
Rita Esteves
1 comentário:
Vejo na aculturação um fenómeno positivo e necessário. Não existe uma cultura excluída de um contexto. O facto de incluirmos recentemente valores e ideias importadas apenas nos enriquece, fazendo de nós menos "orgulhosamente sós". Também não penso que o povo português não tem orgulho na sua "pátria". O que não acontece é o exacerbar do nacionalismo, como em países como a Espanha, que, por não ser um estado nação, nele se apoia para sobreviver como entidade política conjunta. Por fim, para cada razão de orgulho pela nossa história, existe outra que nos lembra os erros cometidos. Criar um país sobre ideais democráticos, quando este foi durante mais de dois séculos um dos líderes mundiais do tráfico negreiro, ou viveu sobre ditadura durante quase meio século, é obra. Esperemos que fique bem feita.
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