Primeiro Prémio do Concurso de Escrita Criativa - Ensino Secundário
Adeus.
É assim que acaba. É tão simples, tão comum. E só assim, tão sozinho, parece mesmo ser para sempre. Parece um…
-Adeus, nunca mais nos vemos.
E é triste e é belo. Pelo menos parece. Mas pode ser melhor.
Posso segurar a porta de minha casa, entregar-te um papel.
- Foi aquilo que me pediste. Lembras-te?
Sim, é claro que te lembras. Olhas o papel em melancolia. E eu espelho o eu olhar.
-Sim.
Seguras o que te dou, levemente. Os teus dedos são grossos e a pele da tua mão suave.
Ninguém chora. Não há razão. Conhecemo-nos demasiado bem.
E não dizemos adeus. Não. Olhas para mim e comprimes os lábios. Triste. Com o ar de quem não quer, não deixa dizer adeus. Ou não pode. Mais isso.
Ainda falamos?
Mas não posso ouvir a resposta. Tenho que fechar a porta e tu, sozinha, tens que olhar para o papel que te dei. É o que te digo. É o que me dizes. É um…
- Adeus. Eu sei que a vida continua. Ao menos tento saber.
Eventualmente, é nisso que me tornei. No nosso adeus. Repetido ao nível da loucura.
Bernardo Mayer 12º 8ª
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