quarta-feira, 18 de junho de 2008

Adeus


Primeiro Prémio do Concurso de Escrita Criativa - Ensino Secundário

Adeus.

É assim que acaba. É tão simples, tão comum. E só assim, tão sozinho, parece mesmo ser para sempre. Parece um…

-Adeus, nunca mais nos vemos.

E é triste e é belo. Pelo menos parece. Mas pode ser melhor.

Posso segurar a porta de minha casa, entregar-te um papel.

- Foi aquilo que me pediste. Lembras-te?

Sim, é claro que te lembras. Olhas o papel em melancolia. E eu espelho o eu olhar.

-Sim.

Seguras o que te dou, levemente. Os teus dedos são grossos e a pele da tua mão suave.

Ninguém chora. Não há razão. Conhecemo-nos demasiado bem.

E não dizemos adeus. Não. Olhas para mim e comprimes os lábios. Triste. Com o ar de quem não quer, não deixa dizer adeus. Ou não pode. Mais isso.

Ainda falamos?

Mas não posso ouvir a resposta. Tenho que fechar a porta e tu, sozinha, tens que olhar para o papel que te dei. É o que te digo. É o que me dizes. É um…

- Adeus. Eu sei que a vida continua. Ao menos tento saber.

Eventualmente, é nisso que me tornei. No nosso adeus. Repetido ao nível da loucura.

Bernardo Mayer 12º 8ª

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