quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Silenciosos passam os dias - um poema

Estenderam aos dias um tapete de seda
Para que corressem céleres e discretos
Como crianças descalças nos bosques,
Que silenciosamente correm entre as árvores,
Saltitando nos pequenos pés desnudos.

Não sei quem o fez, mas foi mal feito,
Porque agora queremos agarrar
Os matreiros dias velozes,
Mas nem mesmo os ouvimos chegar,
Porque passam nesse tapete
Num silêncio de morte e perda,
Pois, em comparação, o som
De pés pisando o manto castanho
De folhas do Outono, seria
Como o trinado de um pássaro
Abafando o rastejar de uma minhoca.

Assim, os dias aprenderam a lição
E fogem rapidamente
Com os pés envoltos em algodão,
Deslizando entre as árvores do silêncio,
Deixando para trás escassos rastos etéreos
Do tempo em que adejaram pelos bosques.
Tomás Vicente 12º9ª

2 comentários:

Catarina Guerreiro disse...

Adorei o teu poema e fez-me pensar que também eu tenho saudades dos meus dias velozes...
O blogue está muito bom.
Parabéns!!!

Anónimo disse...

Obrigado, professora! Fico muito feliz por ter gostado do poema!

T.V.