(...) No livro "21
poetas suecos", publicado em 1981 pela editora Vega, uma obra organizada
por Vasco Graça Moura e Ana Hatherly, surge o poema "Lisboa", onde o
poeta sueco destaca elementos típicos das zonas históricas da capital
portuguesa.
"No bairro de Alfama
os elétricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes/Havia lá duas
cadeias. Uma era para ladrões/Acenavam através das grades/Gritavam que
lhes tirassem o retrato", escreveu Tomas Tranströmer.
"Mas aqui´, disse o condutor e riu à socapa como
se cortado ao meio/´aqui estão políticos'. Vi a fachada, a fachada, a
fachada e lá no cimo um homem à janela/tinha um óculo e olhava para o
mar", relata o laureado com o Nobel da Literatura 2011.
"Roupa branca no azul. Os muros quentes/As moscas
liam cartas microscópicas/Seis anos mais tarde perguntei a uma senhora
de Lisboa/´será verdade ou só um sonho meu?´", finaliza o poeta sobre a
cidade junto ao Tejo.
Uma
passagem pelo Funchal também inspirou Tomas Transtromer, dedicando-lhe
um verso onde destaca o mar, a receita atlântica do peixe com tomate e a
"língua estranha".
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